domingo, 9 de setembro de 2007

Na Rua

Ando pelas ruas eternas, atravesso esquinas, dobro quarteirões ,
transito pelas calçadas
Cortadas. Emburacadas
Atravancadas
Cheias de ambulantes.
Silêncio estão trabalhando!
Enquanto,
Pivetes cheiram mergulhados no odor
Da sobrevivência
Cambaleantes
Surrupiam nossos pedaços
São manchetes de jornais
nas bancas de revistas.

Paro em sinais, sigo.
Avanço sem direção na contramão
Rápido passo pelos pedestres,
Desvio
De outros.
Olho seus olhos

Mulheres que encantam as ruas
Algumas quase nuas
Desfilam
Idosas se multiplicam
Pelo tempo.
Os homens envelhecem
Aquecem a vida.

Luzes da cidade
Cintilam como os faróis.
O homem acena
Em cenas urbanas.
Carros e bicicletas
Atropelam

O apito quebra o silêncio
Momentâneo
Gritos barulhos buzinas choros
Sirenes escandalosas berram pelas
Avenidas, travessas e becos
Túneis abandonados escuros
Assustam

Vozes das cidades
Operários nos canteiros
Cimentam emoções
As crianças correm em
Busca da utopia.

Apressados esbarram
Xingam, Protestam
Resmugam
Abaixo o Caos!
Ando na multidão
Ouço em um canto
o canto dos pássaros
Engaiolados como nós.
Fingem que são alegres
Felizes para sempre.

Na porta do café
Conversam, bebem
Os namorados beijam
Esquecidos do tempo
Os mendigos dormem
E pedem
Afugentam
O esgoto purifica o ar
Viciado

O homem mija no coqueiro da praia
Cachorros brincam na areia, sorriem
Uns pros outros
A praça é do povo.

O sol ilumina minha paisagem.
Rasgo em passos céleres meus
Caminhos sinuosos.
Despojados

Dou voltas e sigo
Rumo
Para o meu
Mundo

À noite surge diante de mim
A lua desfaz meu delírio
Fecho os olhos
Acordo adormecido
Ouvi um grito parado
No ar.

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