domingo, 6 de janeiro de 2008

A Possível Volta de Edmundo: Um Craque Vascaíno










Pela manhã ao fazer minha costumeira viagem pela internet, passei por um site que faz parte de minha rotina de leitura, como é o caso desta boa página sobre as noticias de meu clube. É verdadeiramente uma fonte de referencias para internautas vascaínos, que podem como eu, fazer comentários ou manifestar sua opinião de maneira democrática a respeito das noticias que envolve o nosso clube.

Detectei após a leitura em um dos tópicos de discussão que se intitula “Vascaínos dão conselhos maldosos”, publicada em 04 de janeiro, com declarações com incitamentos por parte de alguns torcedores vascaínos para que o zagueiro Eduardo em um possível embate com o jogador Leandro Amaral, entre com vontade e de forma violenta, alguns mais exaltados, sugerem quebrar a perna, ou mesmo enfiar a porrada pelo simples fato de ter vacilado com o clube e a torcida, se desligando do Vasco para jogar no Fluminense. Sentem-se vingados da traição que carimbam ao jogador pura e simplesmente, com uma punição exemplar. Deixo claro que observei outros vascaínos alertando que a forma violenta indicada para abordagem de Eduardo, não ser a ideal e não é mesmo.

Não pretendo voltar ao assunto Leandro Amaral, mas acrescento, tampouco, vejo nele o único culpado por ter chegado a esta situação. Nesta partição de responsabilidades, atribuo o maior crédito ao maior dirigente de todos os tempos, quiçá do mundo, o que mais entende de Vasco. Sua conduta historicamente nunca foi de entrar em sintonia com as aspirações da torcida, sempre prevaleceu sua vontade e seu discurso truculento como forma de diálogo. O tratamento dispensado ao jogador deve ter sido tão bom que ele por descuido chegou ao ponto de não citar nominalmente o Vasco em suas entrevistas, prefere ignorar, para mim demonstra uma situação de mágoa.

Nesta nova fase do Vasco, onde o aliado principal do dirigente alçou a condição de jogador-técnico me deixou preocupado. Sua atuação em principio é uma incógnita como “professor”, há por parte de Romário restrições quanto a sua prática e condução no exercício de técnico, mas que assim seja. Torço como vascaino para que obtenha sucesso. O que me deixa encafifado, é a situação do jogador Edmundo em um possível retorno ao clube que o projetou e que tem por ele fortes vínculos afetivos. Pelo recente noticiário as chances de retorno parecem rondar São Januário.

Importante registrar que Romário, nosso atual técnico-jogador ou jogador e técnico, nem sei direito, apontou na direção do elenco para qualificar como o pior dentre os quatros clubes; indo na contramão da elite dirigente do clube, não sei se ficaram chateados com esta declaração, embora, ele pelo status que possui na Colina, tenha feito algumas indicações e nem deixaria de passar pelo seu crivo a escolha do elenco.

Acho que para nós vascaínos seria um presentão e uma compensação pelos altos e baixos da campanha do clube nestes últimos anos, o retorno do nosso grande craque. Sei que alguns dos nossos amigos vascaínos fazem restrições ao jogador Edmundo, imputando a idade como fator de dificuldades para o empenho de jogador nas quatro linhas do campo. Mas o nosso craque exerce uma vibração própria de quem corre pelas artérias o sangue cruzmaltino, almeja encerrar a carreira no clube que o projetou e com todo direito de assim fazer; diferente para mim, como por exemplo a imagem que tenho do atual técnico que exerce a maior identificação com o dirigente, em vez das cores gloriosas do clube, além de preferir se manifestar de modo aparentemente silencioso ao torcer para outro clube, que evita a todo custo declarar. Entendo até ser um direito dele ou de qualquer outro. Hoje também compreendo que a opção por um clube faz parte de algum jeito como parte integrante da identidade de alguém para algumas situações. Com este critério, faço sempre uma opção por Edmundo que sempre levou ao mundo a sua predileção clubística.

Se aceitar a proposta do Vasco pelo que passou e pelo tratamento dispensado na convivência com o maior dirigente sem similar na história do clube, aflora nele um ser totalmente Vascaíno, e merece de imediato pensar em esculpir uma estátua como um dos maiores vascaínos a transitar por São Januário. Está indo como posso dizer para o sacrifício, ao abrir mão de alguns dos seus direitos para retornar a sua pátria.

Não acho que a sua contratação lhe dará a condição messiânica de nos levar as grandes conquistas e ser salvação para todos os problemas. Mas sou um dos seus admiradores, gosto muito das respostas inteligentes e irônicas que oferece a imprensa, que de alguma forma não admite que jogador seja um ser pensante.

Aliás, por problemas, identifiquei um como preocupante, em uma partida amistosa no final do ano, entre o time dos dois atletas, a postura sisuda de Romário, de ficar na dele, de não conceder nenhuma palavra sobre Edmundo. Imagino que Romário desenhou com algumas pinceladas o ambiente de recepção que terá na Colina, pois nem um simples cumprimento foram capazes de esboçar. No entanto, no dia seguinte em entrevista, desculpe a intimidade - o "Professor Baixola" - identificação de Washington Rodrigues ao jogador Romário, foi aclarado para a imprensa com maior nitidez, para anunciar que Edmundo teria recebido o sinal verde de sua parte para ser contratado. Deste modo, poderia vislumbrar que a convivência dos dois dentro do mesmo espaço e em curto ou longo prazo, produzirá polêmicas e desavenças. Acho que o jogador e craque Edmundo teria de pagar todas as penitências, e em dobro para alcançar um equilíbrio se porventura, vier a ser sacado de algum jogo pelo “professor”, ou perder um penalti, e sair sem reclamar. Edmundo pode voltar para um espaço que sempre foi bem acolhido pela imensa torcida vascaína, mas onde um dia declarou existir uma relação bem definida entre os papéis de rei e de príncipe, que representam na Corte de alguma forma o poder; para logo em seguida nomeá-los ao ser entrevistado, mas coube ao antigo parceiro Romário o entendimento do cenário com a espirituosa frase:" é isso aí agora a corte está toda feliz...O Rei, o Príncipe e o Bobo!"

Neste momento Romário poderá delinear claramente o território de poder, mesmo porque a condição de técnico lhe confere este mando. A ultima palavra é sempre a dele. Em qualquer situação o discurso do poder está em Romário e no seu aliado. Vamos aguardar nada melhor do que dar tempo ao tempo para o desenvolvimento do amadurecimento desta relação, se por acaso, se concretizarem.

Um comentário:

Lia Noronha disse...

Wilton: sabe que sou Botafoguense...mas adoro seus textos...mesmo que sejam sobre o Vasco...Abraços mil com o carinho de sempre.