quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O Dono do Vasco


Antes de começar a escrever, li o lúcido texto do vascaíno Fernando publicado no Supervasco, claro que existem outros comentários do mesmo naipe. Nesta página sempre surgem observações interessantes a respeito do individuo entronizado no clube da Colina. È o vascaíno emitindo suas opiniões, em comentários a respeito do clube pela qual torcem, vibram e sofrem. Uma manifestação democrática, plural que parece incomodar o dirigente, daí segundo a imprensa, querer o dirigente no uso da justiça, cercear o direito de opinião dos torcedores do clube, retirando de circulação os sites e páginas que fazem alusão ao dirigente e ao Vasco, alguns destes com a postura de oposição.

Ontem de volta ao palco, em busca de holofotes com o intuito de eliminar qualquer especulação em torno de possíveis contratações, de reforço de elenco o maior dirigente de todos os tempos, o que mais entende de Vasco, mais uma vez no exercício de sua interinidade, como um sujeito presunçoso que é, passou a proferir para os vascaínos o velho discurso autoritário, arrogante e mofado. Nada de contratações. Dificilmente traz para os torcedores noticias alvissareiras. Sua postura não é de diálogo, sua característica predominante é de blindar o clube e a figura do dirigente, seja em qualquer situação, obviamente nas derrotas, nos insucessos. Quando entrevistado, geralmente sob efeito de monólogo sua versão vem sempre à tona acompanhada pela velha aversão ao torcedor e a mídia em geral.

A sua retórica assume os ares do poder vigente em sua aplicação no cotidiano do clube., o resultado parece ser a convicção de que para afastá-lo, ou desalojar do poder, as possibilidades são remotas. Acredita piamente na justiça, até por sua formação intelectual que o submete a este entendimento. Para ele a justiça tem sido justa, para nós, nem tanto.

Montado em uma análise muito criteriosa, de anos de estrada, com todas as peculiaridades de sua observação a partir do próprio umbigo, antecipou para nós vascaínos, após a realização do “campeonato à parte”, disputa em que o Vasco insiste em perder para o rival. Sempre desprezando indagações a respeito do time, considerando que a única versão é apenas a dele, a mais verdadeira e que não cabe nenhuma ponderação, ou reflexão sobre o desempenho do time, deduziu que o nosso time conquistará o campeonato carioca. Tomara que aconteça, ou acredite quem quiser.. Nós torcedores desejamos que o nosso clube seja vitorioso, que dispute todas as finais e seja vencedor. Que afaste a fase de urucubaca que toma conta dos ares da Colina.

Fazer qualquer comentário a respeito de nosso clube, não se pode perder de vista a proeminente figura do “dono” do clube, que segundo Romário na época de seu afastamento, em entrevista, o identificava como “dono”. Creio não ser um equívoco do craque em nomear o dirigente como “dono”. Figura por demais egocêntrica, dono de um discurso beligerante, de um discurso autorizado em que vê inimigos por toda parte, tratou logo que chegou de dissipar qualquer possibilidade de reforçar o elenco, teceu comentários favoráveis ao Edmundo, tratou com desprezo a saída do preparador físico que pediu demissão .

É o dirigente quem manda e desmanda, não temos dúvidas.. Declarações posteriores do dirigente corroboram com a conduta, de desempenhar até mesmo a condição de técnico. Tudo dentro da normalidade de São Januário. Os resultados do Vasco podem ser creditados ao técnico-dirigente. A crise com Romário aponta nesta direção, que cada vez mais parece resistir à proposta de retorno ao clube, se não acontecer, o grande derrotado, será o dirigente. Pela postura do dirigente, estou achando muito estranho, Romário, falou o que falou, deixa nas entrelinhas que não pretende voltar ao clube, que o Flamengo ofereceu uma proposta mais concreta, é torcedor do Flamengo, no entanto, o dirigente que sabe tudo, fica submisso, aceita de bom grado o que o Romário diz. É incapaz de qualquer reação, ou melhor, parece encarnar a figura paterna idealizada por Romário, realizada ao passar as mãos nos poucos fios de cabelos que restam neste “filho” ingrato.

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