
Qualquer insubordinação intelectual de algum torcedor ou membro da diretoria, fazendo declarações divergentes, está sujeito a ser defenestrado do clube, passa a condição de "persona non grata". A postura egocêntrica, com tinturas de um déspota, que repele torcedores, assim como a mídia, tudo incomoda o dirigente, que ignora as regras de convivência. Seu exericicio autoritário no poder e sua conduta elitista, não permite qualquer questionamento. Seu discurso centralizador em entrevistas está sempre revestido com um mau humor crônico, além do alto teor belicoso, atirando petardos para qualquer lado, de preferência nos vascaínos, nos verdadeiros torcedores vascaínos, dos que lutam por melhores dias em São Januário... A urucubaca que toma conta da Colina, nos impede de voltar a sorrir e a cantar as nossas vitórias, mesmo que haja "previsões" para vencedor em campeonatos futuros como apregoa o dirigente incorporado a sua condição de pitonisa. Como vivemos do presente... não sei não. Com aquiescência de um grupelho afinado com o modo de administrar o clube, a cada dia imprime tudo enfaixado sob as suas certezas e verdades, deste modo vai fazendo o que lhe dá na telha. Exarceba em seu egocentrismo, que sem olhar para o próprio umbigo, emite juizo sobre o dirigente do Botafogo. O mais risível, nas situações em que se vê derrotado, ele arranja um jeito de estar por cima. Lança desafios, faz e acontece. Como confia na justiça, na morosidade das decisões deste poder, nos recursos em que pode apelar e usar em seu beneficio, esta engrenagem emperrada só lhe favorece. Tudo o que dirigente faz assume um caráter de continuidade, de garantia de seus direitos, de prosseguir na gestão do clube e de preparar o herdeiro politico para assumir o comando do clube em um futuro não muito longínquo. Se faz isto, é porque tem respaldo do grupelho que o sustenta e despreza a opinião do torcedor, para eles, não tem a menor valia. Basta alimentar o grupo de manobra, muitas vezes travestidos como uma tropa de choque para manter à distância torcedores vascaínos que ousam manifestar opiniões contrárias ao discurso autoritário que toma conta do clube da Colina.
No meu modo de entender o clube está montado para manter a estrutura de poder na Colina, arcaica e conservadora que serve de resitência a participação na entrada de "estrangeiros", como Roberto Dinamite, aliás, o tenho como fã e ídolo. Como candidato a presidência pela oposição, acho que será um eterno candidato. Não soube nem aproveitar quando vivenciou uma crise com o dirigente. Saiu cabisbaixo, como se pedisse desculpa pelo transtorno causado. Roberto não demonstra uma ruptura com o dirigente, acho que prefere salvaguardar a imagem de mito, de grande jogador vascaíno, para todos os vascaínos. Parece um líder, uma oposição consentida que cumpre o seu script politico, em que tem de dar satisfações ao torcedor e ao eleitorado que acredita em suas propostas como de oposição. Temos de entender que o clube é tradicionalmente vinculado à colônia portuguesa, daí um reagrupamento permanente em defesa do dirigente na continuidade de sua administração. Hoje, não é simplesmente tirar o dirigente e mandar para às cucuias, urge fazer uma varredura, uma limpeza do entulho autoritário que está incrustado em nosso clube. Não pensem os vascaínos que será fácil, a justiça abre brechas, tudo que estiver disponível ao alcance do dirigente, ele saberá usar e vai mobilizar um aparato jurídico para lhe prestar "solidariedade". Um amigo meu disse rindo para mim, que vai ser difícil o Abominável Homem da Colina largar o osso.
O resultado de anos de clube do astuto dirigente que soube fazer do Vasco a sua cara, não será fácil de remover. Ali, está o corpo e a alma do dirigente. A camisa 11 há poucos dias foi motivo de agradecimento ao Romário pelo jogador Diego Tardelli, jogador rubro-negro: "Sua camisa 11 me deu sorte", que por acaso, estava em uma mesma churrascaria em que encontrou com Diego Tardelli, este foi comemorar a conquista do campeonato. A vitória foi extensiva ao rubro-negro Romário. ele através da 11 participou do jogo e o vice de novo foi o dirigente.
A camisa 11 e a estátua que representa o continuísmo, os grandes aliados simbólicos do dirigente, foram deixados de lado pelo grande jogador que derramou lágrimas na ocasião em que foi homenageado. "Foi o clube que comecei a minha carreira e onde vou encerrar minha carreira". Claro que ainda dá tempo, está sob efeito de contrato que vigora até o final do mês de março, pode por compromisso do "filho" ingrato para com o seu "pai", fazer a sua vontade e terminar a carreira no clube. Mas o mais interessante, seria o gol que Romário poderia fazer para a torcida é pedir ao dirigente que caia na real e devolva a camisa 11 para o clube, ela pertence aos Vascaínos, neste caso com sã consciência, você não tem direito, cabe a quem corre nas veias o sangue cruzmaltino, como por exemplo: o craque e artilheiro Roberto Dinamite, ele sim, merecedor de uma estátua.