quinta-feira, 17 de abril de 2008

Vasco da Gama, um dirigente e sua pena.


A noticia que li de manhã sobre o dirigente vascaíno que não conseguiu obter o habeas-corpus, provocou em mim um ataque de riso, dada a obrigação da pena que o dirigente terá de cumprir. Uma delas, é a conversão em serviços comunitários, o lugar não poderia ser mais apropriado. Acredito que tenha sido escolhido de modo aleatório, desconheço os critérios. Ao recair em um hospital psiquiátrico, seja ele, Pinel ou a Colônia Juliano Moreira, acho que vai abrir enormes possibilidades do dirigente conhecer e conviver com aquela dura realidade de internamento de doentes mentais. Vai poder observar os pacientes em projetos de arte que fazem como uma das atividades destes centros de saúde. Vai conhecer muita coisa em sua passagem transitória pela Colônia, que ali, esteve internado o compositor Ernesto Nazareth, até a sua morte em 1934.
Vai lidar através desta prestação de trabalho de interesse comunitário, com um mundo que obviamente não é o seu, o dirigente pode estranhar, resistir, relutar bastante para não ser confundido com um deles. O que poderia perfeitamente acontecer se algum torcedor adversário desavisado achar que só pode ter ficado louco e ter ido para lá se tratar. Mas não é nada disso, cumpre apenas uma pena. Como é um serviço, datado em um período, acredito que não terá dificuldades em se adaptar, pois o que irá fazer será compatível com o seu perfil. Nada mais justo que não se interesse por varrer ou limpar sanitários, não que ele não seja capaz, pois parece ser um homem capaz de fazer coisas até que o diabo duvida. Serviços desta natureza, fazer assepsia em pacientes que necessitam de cuidados, poderiam o deixar louco de raiva, mesmo que alguns digam que de médico e louco, cada um tem um pouco, episódios deste tipo não seria o suficiente para que fosse confundido com um interno.
Vai pegar a oportunidade e dizer ao mundo que até nisto se sujeita, ao cumprir as penalidades impostas pela justiça, tudo com o propósito para preservar e garantir a defesa do clube que tanta ama. Para ele não importa que os outros acham, mesmo que sua postura seja através de tresloucados gestos, que sua aparente loucura dê vazão e seja exercida ao barrar as pretensões de uns insanos que não param de pensar em convocar novas eleições e vasculhar a vida intima de Sâo Januário. Tudo é feito no sentido de blindar o Vasco.
Como é para cumprir uma penalidade em serviços e não uma internação. Pois o contrário, seria uma cena que poderia verdadeiramente macular a imagem do clube. Aliás, graças a justa justiça que estamos longe de ver o dirigente atrás de uma grade, ou internado, logo ele, um guardião da moral e dos bons costumes, iria abalar os alicerces do clube da Colina. Seria o caos para o tão propalado modelo de administração que por suas carcaterísticas singulares implantadas que jamais um vascaíno verá igual
Passada esta minha fase inicial, fiquei acometido de preocupação com o dirigente, por exercer o seu cargo com tanto zelo para o qual foi confiado em missão e que em troca oferece tanta dedicação ao clube. Fiquei muito espantado, pois nem remunerado é, com isto não pudesse arrumar alguns trocados suficientes para pagar a multa.
Amigos meus disseram, que era uma preocupação boba a minha, pelo que liam nos jornais, o dirigente parece ser muito rico. Falaram e nem acreditei que tem um gasto exorbitante com o vicio, mesmo assim ponderei, tudo bem o dinheiro é dele, faz uso como bem entender. O pagamento à justiça pelo que foi estipulado, é um valor irrisório, em nada vai afetar o consumo de charutos, poderá continuar dando baforadas e fazendo previsões dos grandes acontecimentos em que o Vasco vai participar.
Pela lógica o clube dispõe de mais dinheiro do que o dirigente, logo, seria muito legal, se o clube pudesse neste momento como prova de reconhecimento do que anda fazendo e desfazendo no clube, dar uma mãozinha para o dirigente, pois tudo o que fez naquele dia e até hoje, foi para preservar o nome do Vasco; prerrogativa que lhe confere pela missão de ser o único, o mais capaz, de comandar o clube, como demonstra nos anunciados oficiais do clube.
Por estar imanado deste sentimento, desta missão, pode a qualquer momento, visando os interesses maiores do clube, não aceitar que maculem a instituição Vasco da Gama, mesmo que ele seja protagonista da noticia na condição de réu nesta penalidade. Está convencido de que deve continuar em perseguir os interesses em defesa do Vasco, está acima de tudo, é o que propaga.
No Vasco presidido pelo dirigente não cabe contestações, as permitidas e válidas são as proferidas pelo próprio. Negar por pura pirraça, não levar adiante uma solução imediata com o Fluminense na transação com Leandro Amaral, faz parte da expressão de seu comportamento, Intransigente na defesa dos interesses do clube, faz loucuras em seu nome em qualquer esfera, como a que foi feita na ocasião e lhe gerou esta penalidade dentre as tantas incluídas em sua carreira de dirigente.
Hoje mesmo que queira reparar no dano que causou em seu projeto que parece ter visto morrer na praia com a desistência de Romário em não se despedir apenas com a camisa do Vasco. Aliás, não se conforma com a decisão repentina do jogador, em fazer diferente do combinado. Mesmo que alegue que ainda há tempo, não adianta insistir, não vai haver a mesma eficácia se fosse realizada na ocasião própria para a despedida. Muito amigo do jogador, jura que não ficou abalada a longa e fraterna amizade entre eles, mas arrumou uma desculpa esfarrapada para não comparecer a um evento recente. Vamos aguardar os acontecimentos, muita água pode rolar em baixo da ponte.

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